Com
o desenvolvimento da humanidade e da sua capacidade de produzir os alimentos
independentemente da sua estação característica, o homem deixou de se alimentar
segunda a regra que determinava as suas refeições aquilo que as colheitas
forneciam. Isto é, era a colheita, logo os alimentos de determinada estação,
aqueles que faziam parte fundamental da sua ementa diária.
Poderemos
afirmar que a nossa era tem muitas mais possibilidades de escolha, no que se
refere à alimentação, advindo muitos benefícios, mas também podemos dizer que
esta oferta tão abrangente, baralhou o ser humano e levou-o a cometer erros
alimentares, dos quais, agora começa a pagar a factura.
Para
melhor compreendermos esta relação das estações com a alimentação, apresentamos
uma tabela, adaptada de uma outra, da autora Sónia Hirsch[1], que
nos facilita o entendimento sobre esta questão:
PRIMAVERA
REDUZIR
|
NORMAL
|
REFORÇAR
|
REFOÇAR
|
NORMAL
|
ÁCIDO
|
AMARGO
|
DOCE
|
PICANTE
|
SALGADO
|
VERÃO
REDUZIR
|
NORMAL
|
REFORÇAR
|
REFOÇAR
|
NORMAL
|
AMARGO
|
DOCE
|
PICANTE
|
SALGADO
|
ÁCIDO
|
FINAL
DO VERÃO
REDUZIR
|
NORMAL
|
REFORÇAR
|
REFOÇAR
|
NORMAL
|
DOCE
|
PICANTE
|
SALGADO
|
ÁCIDO
|
AMARGO
|
OUTONO
REDUZIR
|
NORMAL
|
REFORÇAR
|
REFOÇAR
|
NORMAL
|
PICANTE
|
SALGADO
|
ÁCIDO
|
AMARGO
|
DOCE
|
INVERNO
REDUZIR
|
NORMAL
|
REFORÇAR
|
REFOÇAR
|
NORMAL
|
SALGADO
|
ÁCIDO
|
AMARGO
|
DOCE
|
PICANTE
|
A
Primavera e o Verão são períodos em que eliminamos naturalmente os excessos,
quer através dos suores quer mesmo das «constipações» de verão, porque a
energia se move de forma ascendente e para fora. São duas épocas ideais para se
promover uma desintoxicação do nosso organismo, pois estamos a potencializar a
ordem natural das coisas.
Já o
Outono e o Inverno são períodos em que recolhemos e armazenamos a energia, que
se move para baixo e para dentro, para tonificarmos os órgãos e sistemas
internos através de alimentos fortes, revigorantes e cozinhados com lume forte,
para mantermos o fogo interior.
Primavera
|
Vegetais
ligeiramente cozidos, sopas leves e rápidas, a variedade deve ser maior que a
quantidade. A energia é morna e ascendente, de sabor ácido; alimentos
frescos, doces e de movimento neutro, são especialmente aconselhados. Evitar
os quentes e frios. Evitar o que esteve muito tempo no fogo.
Os
vegetais devem ser cortados em pequenas porções e ligeiramente refogados ou
salteados.
Deveremos
iniciar a nossa refeição com algo que proteja a Terra: sabor doce.
|
Verão
|
A
energia quente e o sabor amargo dominam a estação. Começar a refeição com uma
verdura picante, como o agrião ou uma salada de vegetais temperada com umas
gotas/raspas de gengibre, para proteger o Metal.
Deve-se
comer pouco, mas mais vezes, evitar a gordura. Procurar alimentos frescos e
neutros e não frios. Deve-se evitar bebidas muito frias.
Comer
com liberdade.
|
OUTONO
|
Energia
de recolhimento, é necessário recolher novamente e armazenar.
O
sabor picante está no ar; devemos começar a refeição com ácido para proteger
Madeira e com alimentos mais cozidos e de natureza morna
Utilizar
frutos secos – damasco – e naturezas mornas. Uma maçã assada no forno é
bem-vinda. Se sentir frio, sobretudo nas extremidades, juntar um pau de
canela nestas maças, ficam divinais.
Comer
de centeio que é fogo e tem sabor amargo.
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INVERNO
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Procurar
os alimentos amargos, de energia ascendente para activar a circulação.
Sopas
bem cozidas; refeições mais fortes; os pratos mais generosos da tradição
portuguesa.
Truque:
se comer muita gordura, colocar um pouco de nabo ralado, pois é um excelente
desengordurante natural.
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