Ingredientes:
Arroz Integral (demolhar 10 -12 horas) 1 medida
Água 7 a 10
medidas
Modo de preparação
Cozinhar no mínimo 1,5h até um máximo de 10 horas.
Pode-se adicionar alguns alimentos tónicos por excelência –
ginseng – ou carne magra para reforçar a capacidade de tonificar.
Muitas são as traduções possíveis para Congee, receita muito utilizada pelos povos asiáticos, nomeadamente
Japoneses e Chineses. Para mim, são Papas de Arroz, nada é mais correto como
tradução.
Normalmente usada para o pequeno-almoço, esta receita – Congee
– pode ser utilizada noutras refeições, bastando para isso acrescentar outros
ingredientes. Deve ser comida pelo menos uma vez por semana, pois assim reforçará
o estomago e o sistema digestivo, uma vez que o Congee funciona como uma capa
protetora do estômago, regulariza os intestinos e reforça o sistema imunitário.
É excelente para quem sofre de doenças crónicas ou se encontra em período de
convalescença, pois é de fácil assimilação e a sua digestão é simples e fácil.
Esta receita tem uma característica que me fascina: é fácil
de fazer e pode ser adaptada a quase todas as circunstâncias, bastando para isso
acrescentar outros ingredientes, nomeadamente, ervas aromáticas, legumes e
carnes. Tão fácil e com tantas aplicações que basta utilizar um outro alimento com
especificidades terapêuticas que a receita irá reforçar o tratamento
pretendido. Por exemplo, o trigo, que acalma a mente e refresca o calor; o
fígado que ajuda na deficiência de Yin e fortalece o fígado; a galinha, boa
para as mulheres em convalescença; o alho que aquece e é bom para situações de
ataques de frio; feijão Azuki que remove humidade e tonifica o rim; a carne de Vaca,
excelente para o Baço em deficiência; aipo, excelente para remover humidade e
drenar excesso de água; e podíamos estar aqui bastante tempo a construir
receitas de congee.
O Congee sempre foi
utilizado pelas famílias tradicionais chinesas que acrescentava ingredientes conforme
a desarmonia que queriam tratar ou então como simples tónicos para o organismo.
Mas tradição gastronómica portuguesa, na sua “variante
medicinal”( sim, também temos uma alimentação/gastronomia medicinal), também utiliza
algumas receitas que nós poderemos chamar de Congee à portuguesa: quem nunca comeu um caldo de arroz quando
estava de diarreia ou com problemas de estomago? Quem nunca comeu um arroz
branco com cenoura, bem cozido e empapado, dizia o meu avô, para tratar os “desarranjos
nos intestinos”? A nossa tradicional e mundialmente conhecida “Canja de Galinha”?
Não é um Congee, tonificante e
fortificante? É, pois, e dos melhores. Ou não se desse a canja com a melhor
galinha às gravidas e pós-parto e aos doentes prolongados?
Sabem que mais… quanto mais leio, quanto mais conheço da
dietética e nutrição segundo a MTC, mais acredito que a nossa gastronomia
portuguesa, tal como era conhecido e confecionada pelas nossas avós e visavós,
tem a essência medicinal da dietética e nutrição segundo a MTC. Aliás, como é
que poderia ser diferente se a MTC defende que devemos comer o que a natureza
nos dá, na estação devida e num raio até 50km. Então temos é de conhecer bem a
nossa gastronomia, as suas especificidades e aplicar os conceitos de MTC. Aí,
teremos uma nutrição e dietética portuguesa, segundo os princípios da MTC e
adaptada aos portugueses de Portugal…
Nunca se esqueçam: faz do alimento, teu medicamento…
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