25 de setembro de 2014

A Dietética oriental vs a Dietética Ocidental: mais que uma questão de filosofia.

No mundo ocidental onde vivemos, enraizado numa dinamica filosofica, onde tudo tem que ser provado ou evidenciado (qualquer nova abordagem na saúde, por exemplo, só é válida se se apresentar evidencias cientificas),  o acto de se alimentar tornou-se uma arte, cujo o principal, senão único objectivo, é estimular, de modo agradável, as papilas gustativas, deixando para segundo plano, a preocupação do efeito que os alimentos têm no nosso organismo. Seja ele benéfico ou nocivo. Podemos dizer que se trata os alimentos como meros objectos de onde se pode tirar prazer, na sua pureza de significado.
A história ocidental diz-nos que esta sempre foi a preocupação de quem preparava as refeições: deve ter bom aspecto, bom aroma e um festim para as papilas gustativas. Bem, nem sempre, pois se Paracelso ou mesmo Ambroise Paré pudessem ver naquilo que a dietética ocidental actual faz com os alimentos, ficariam, no mínimo, com um ataque de hiperatividade de fígado.
Felizmente, no mundo Oriental ou na dietética oriental, os alimentos são valorizados quer do ponto de vista qualitativo quer pelo efeito que produzem no nosso organismo.
Para se conhecer e utilizar a dietética chinesa com eficácia, temos de conhecer, antes de tudo, as propriedades e as acções que cada alimento tem sobre o organismo, é necessário conhecer o sabor, a natureza, a acção sobre os zang-Fu e, até parece loucura, o seu efeito em cada  meridiano do nosso corpo.
Na visão Ocidental, poderemos resumir as suas preocupações a três grandes categorias nos alimentos: Proteínas, Lípidos e Glúcidos. Importante, mas redutor das imensas potencialidades dos alimentos.
Na filosofia oriental defende-se que o homem faz parte do universo, é um todo e não a soma de várias partes, logo deve alimentar-se de tudo quanto o mundo envolvente, isto é, a mãe natureza, lhe oferece: animal, vegetal e mineral.
A Regra fundamental da dietética oriental é: a nossa alimentação deve assentar na variedade, no equilibrio da quantidade ( os mestres antigos variavam a sua dieta entre a alimentação muito simples e grandes banquetes e aqui e  ali, faziam períodos vegetarianos), naquilo que a natureza nos dá na época própria e, finalmente, no uso de métodos culinários que potenciem ou diminuam os efeitos benéficos ou nocivos que os alimentos podem ter no nosso organismo. 
Contudo, continuo a defender que ambas visões sobre a dietética teriam muito a ganhar se existisse uma sinergia entre ambas.

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